Por que investir em imóveis em 2023?
- Terras Di Paradiso
- 23 de mar. de 2023
- 3 min de leitura
Com a perspectiva de recuperação da demanda e aumento da oferta no curto prazo, o mercado imobiliário está atraente para investimentos, especialmente diante da expectativa da retomada de programas de moradia e de incentivos a indústria.

É comum que em épocas de juros altos o setor imobiliário fique fragilizado, afinal, olhando pelo lado do investidor os retornos de investimentos em renda fixa são generosos com a Selic em 13,75 ao ano. Por outro lado, o retorno do aluguel não parece muito encantador, sempre na média de 5% a 6% ao ano, segundo levantamento do Índice FipeZap.
Em 2022, por exemplo, o preço das unidades residenciais subiu 6,12% no ano contra 16% dos aluguéis no período, maior alta em 11 anos, segundo o FipeZap.
Outra opção que ganha relevância são os fundos imobiliários que, assim como os imóveis, podem oferecer retornos mensais, mas com risco diluído.
O Ifix, índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na bolsa brasileira, encerrou o ano com rentabilidade acumulada em 2,22%. Como o ano foi de protagonismo da renda fixa, os fundos de papel (que alocam em recebíveis imobiliários, ativos de renda fixa) se destacaram entre os melhores desempenhos da classe, alguns com retorno de até 26% no período. Entre os piores, por outro lado, alguns tijolos foram os que mais puxaram o índice para baixo, com perdas de até 47,74%.
Dito isto, e sabendo que o investimento em tijolo é paixão nacional, vale explorar e pesquisar as oportunidades na compra de imóveis em si.
Onde investir?
Se a ideia é mesmo investir diretamente em imóveis como forma de aumentar o patrimônio, de acordo com o "Termômetro Imobiliário" do GRI Club com a Brain Inteligência Estratégica, o segmento residencial lidera as apostas, com 74% das indicações de agentes do setor. Na sequência, especialistas indicam investimentos em galpões (41%) e em loteamentos (38%) como as melhores opções no mercado imobiliário atualmente.
Ainda impactados pelos efeitos da pandemia, hotéis (7%), shoppings (13%) e escritórios (14%) surgem, nesta ordem, entre os segmentos com menor potencial de valorização neste ano, de acordo com a mesma pesquisa.
Pelo Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), medido pelo IBGE com a Caixa Econômica Federal, o custo nacional para o setor de habitação no Brasil está em R$ 1.679,25 por metro quadrado (m2). Conforme o indicador, que mede a variação dos custos e índices de custos da construção civil, as regiões mais caras do país são:
Sul, com custo de construção a R$ 1.761,89/m2;
Sudeste, com custo de construção a R$ 1.735,03/m2;
Centro-Oeste, com custo de construção a R$ 1.722,72/m2;
Norte, com custo de construção a R$ 1.697,69/m2;
Nordeste, com custo de construção a e R$ 1.560,52/m2.
A diferença entre as regiões pode ser explica principalmente pela discrepância entre os patamares salariais, uma vez que a mão de obra compõe 40% dos custos, em média. Mas o vilão do setor são mesmo os materiais de construção, que correspondem aos 60% restantes dos gastos em construir. No Mato Grosso, estado que teve a maior alta do ano (20,52%), as despesas com materiais subiram 22,39% em 2022.
Investir em casas de férias
Outra mudança que pode explicar a variação de preços é o padrão de empreendimentos que as regiões vêm atraindo. O Sul é um destaque em investimentos multipropriedade, principalmente na serra gaúcha (municípios de Gramado, Bento Gonçalves e Canela). Pondo de forma simples, a multipropriedade é um sistema em que a propriedade tem mais de um dono e em que cada um tem direito a usufruir do bem por um determinado tempo.
Esse modelo é muito aproveitado com finalidade de ser segunda moradia ou destino de lazer, para pessoas de poder aquisitivo alto, portanto. E por ser ainda pouco conhecido no Brasil, a expectativa é de expansão neste segmento nos próximos anos.
"A estimativa é que uma parte do público-alvo desses empreendimentos não está familiarizada com o modelo, o que leva investidores e empreendedores a acreditarem no potencial de crescimento nos próximos anos", diz Daniel Sznelwar, sócio-diretor da LOT Consult, empresa de consultoria financeira para o setor imobiliário.
De fato, os empreendimentos multipropriedade aumentaram 45% em 2022 contra o ano anterior, segundo estudo da consultoria Caio Calfat Real Estate. O valor geral de vendas (VGV, que é a soma do valor potencial de venda de todas as unidades de empreendimentos a serem lançados) desse modelo já alcançou em R$ 41,2 bilhões no país.
"A serra gaúcha, a região de lagos [na área metropolitana] de Goiás e o litoral nordestino também tiveram um crescimento expressivo no número de empreendimentos e unidades", afirma o sócio-diretor da LOT Consult. Normalmente, esses imóveis são erguidos em locais com forte apelo turístico, onde a estadia por temporada tem mais demanda.
Por Beatriz Pacheco, Valor Investe — São Paulo | 31/01/2023 06h20 Atualizado há um mês
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